Resumo: O campo de Arquitetura e Urbanismo, por meio dos conceitos de patrimônio ambiental urbano em consonância com os princípios da AICE, pode propor diretrizes para que tenham um impacto significativo na educação primária e secundária. O MEC estabelece diretrizes que incluem a ampliação da carga horária, a diversificação das atividades educacionais e a integração de diferentes áreas do conhecimento, ao longo do desenvolvimento pleno dos alunos na educação básica. Trata-se de uma Educação Integral, isto é, que se estende para além dos limites físicos da escola, sendo realizada em colaboração com diferentes áreas de atuação de outros ministérios, empresas locais e a comunidade. A cidade de São Paulo/SP é membro da AICE e, a partir do Programa São Paulo Integral (SPI) - que faz parte das ações previstas para cumprir um dos preceitos postos na Carta das Cidades Educadoras, cujo objetivo é expandir a jornada escolar de maneira qualificada, ressignificar os espaços e o currículo, assegurando o direito do acesso aos territórios educativos dentro e fora da escola - numa perspectiva de formação e desenvolvimento integral, busca incorporar aprendizagens multidimensionais, compreendendo que os fundamentos para atender a essas demandas residem na intersetorialidade, no protagonismo dos estudantes, no território e nas Cidades Educadoras. O tema das Cidades Educadoras e do Território colocam-se como um eixo transversal que deverá ser abordado pelos professores em sala de aula. Contudo, os professores não possuem conhecimento prévio em Arquitetura e Urbanismo, tampouco domínio em conceitos que relacionam patrimônio e urbe, para aplicar essa leitura do território e interpretação dos espaços da cidade de forma autônoma. Ainda em processo de amadurecimento da pesquisa, procurar-se-á verificar a hipótese de que os conceitos de patrimônio cultural e das cidades educadoras são ferramentas indispensáveis para a compreensão do território (uma compreensão mais profunda da identidade do lugar e do sentido de pertencimento) que, a partir das questões culturais, memoriais e simbólicas, além de outras também envolvidas, como as econômicas, sociais e políticas, não devem ser pensados apartados da vida cotidiana, pois são parte intrínseca para a construção da cidadania. Portanto, o objetivo desta pesquisa é produzir cartilhas para a leitura do território e para ensino patrimonial nas escolas da rede estadual de ensino fundamental e médio, por entender que as cartilhas surgem como possibilidade de auxiliar estes profissionais a ensinarem, de maneira coesa, os conceitos supracitados.

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Palavras-chave: pedagogia urbana; ensino integral; escolas públicas; cartilhas; identidade; pertencimento.